Rio de Janeiro, 1 de setembro.- Paciente brasileiro portava Sars-CoV-2 por 152 dias com o patógeno ativo e em capacidade de transmissão, o que o torna o caso com maior presença do novo coronavírus em uma pessoa no mundo, segundo estudo divulgado nesta terça-feira pela imprensa.
O estudo do Laboratório de Virologia Molecular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ao qual o jornal O Globo teve acesso, apontou que o paciente não teve reincidência, mas permaneceu com o vírus por cinco meses, no caso até agora mais conhecido sobre a persistência do patógeno.
O trabalho das pesquisadoras Luciana Costa, Amilcar Tanuri e Teresinha Marta Castineiras, professores dos institutos de Microbiologia e Biologia e da Faculdade de Medicina da UFRJ, afirma que as pessoas assintomáticas são «os pilares da disseminação» do vírus.
A paciente, que não foi identificada, é profissional da área de saúde do Rio de Janeiro que em março apresentou sintomas leves associados ao COVID-19, permaneceu em quarentena domiciliar para orientação médica e retornou às atividades após passar os últimos cinco meses completamente assintomático.
A pesquisa, que realizou testes de diagnóstico molecular em 3.000 pessoas, inclui outros pacientes, a maioria profissionais de saúde, que nunca mais sentiram os sintomas e continuaram portando o vírus ativo por vários dias.
Desses 3.000 pacientes, 50 com teste positivo para COVID-19 e aparentemente recuperado retornaram por motivos diversos para fazer o teste clínico e em 15% foi detectado que continuavam com o vírus ativo.
Os responsáveis indicaram que em 40% dos casos após os quatorze dias de quarentena recomendados pelas autoridades de saúde em todo o mundo, os pacientes podem continuar com o teste positivo para COVID-19, mas o vírus apesar de sua presença no corpo não tem mais capacidade de transmissão.
Os estudos agora visam determinar se 35% dos pacientes portadores do vírus inativado conseguiram desenvolver anticorpos, diferente do paciente que permaneceu com o patógeno por cinco meses e não conseguiu desenvolvê-los.
Porém, alertaram que, como no caso do paciente que incubou o vírus ativo por cinco meses, o controle é necessário por meio de vacinas, como as que vários países vêm desenvolvendo.
O Brasil é o segundo país mais afetado pela pandemia no mundo, atrás dos Estados Unidos, com mais de 3,9 milhões de casos confirmados e 121 mil mortes.
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