O Governo brasileiro anunciou esta segunda-feira um plano de combate às organizações criminosas em todo o país, bem como medidas específicas para enfrentar as máfias que operam na Amazónia e nos estados da Bahia e do Rio de Janeiro, que apresentam elevados índices de criminalidade.
O Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas, que prevê investimentos de 900 milhões de reais (cerca de 180 milhões de dólares) nos próximos três anos e que o Governo de Luiz Inácio Lula da Silva vem desenvolvendo desde janeiro, foi anunciado pelo ministro da Justiça, Flávio Dino, em cerimônia em Brasília.
O objetivo do plano, que será implementado gradualmente até 2026, é fortalecer as atividades de investigação e inteligência criminal, bem como promover um combate sistemático às organizações criminosas.
Da mesma forma, prevê medidas para facilitar a integração e troca de informações entre as forças policiais nacionais e regionais; melhorar a eficácia das agências policiais e reforçar a vigilância nos portos, aeroportos e fronteiras.
A coordenação de esforços entre os órgãos de segurança nacionais, regionais e municipais incidirá no combate ao tráfico e apreensão de drogas; na apreensão de armas e munições; no reforço da segurança nas fronteiras e no combate à violência nas escolas.
“Pretendemos enfrentar problemas estruturais, como a vulnerabilidade nas fronteiras e com o controlo monetário, a natureza transnacional do crime, a deficiência na recuperação de activos, a baixa integração entre as forças de segurança e a deficiência estrutural da polícia”
disse Dino.
Além disso, Dino anunciou um programa específico de combate ao crime na Amazônia, uma das regiões onde mais crescem as máfias, além de medidas de apoio à Polícia na Bahia e no Rio de Janeiro.
A Bahia, no nordeste do Brasil, é o estado com maior número de homicídios no país, com 6.659 mortes no ano passado, e a violência aumentou no último mês, em que pelo menos 60 supostos criminosos morreram em confrontos com a polícia.
No Rio de Janeiro, anunciou o envio de agentes da Força Nacional de Segurança Pública para reforçar o combate ao tráfico de drogas.
O anúncio ocorreu poucos dias depois de imagens de televisão mostrarem traficantes de drogas treinando um grupo de homens armados em táticas de guerrilha em uma favela do Rio.
Na cerimônia de anúncio do plano, o secretário nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar, afirmou que as organizações criminosas se fortaleceram nos quatro anos de governo do líder de extrema direita Jair Bolsonaro (2019-2022) devido a uma “política inconsequente” que facilitou o compra de armas.